“Reafirmar que a solidariedade é um valor universal é algo muito importante, nesse momento é resistência”, declarou o vereador Fernando Carneiro, durante pronunciamento inicial da sessão especial pelos 25 anos do Comitê Arte Pela Vida, realizado na tarde de ontem, 13, e que foi proposta pelo próprio parlamentar. O comitê atua ao longo dessas décadas em defesa da vida de pessoas que vivem com HIV/AIDS, cobrando e conquistando políticas públicas para esse público. Belém é a quarta cidade com maior número de infecções entre cidades com mais de 100 mil habitantes no Brasil, o que demonstra como a política de prevenção e de educação sexual é ineficiente em nossa cidade.
Fernando, inclusive, fez questão de ressaltar que valorizar o Arte pela Vida não é tirar a responsabilidade do estado pelas políticas públicas que têm que vir, embora a realidade seja outra ao longo dos últimos anos. Belém é a cidade brasileira que mais tem jovens de 18 a 29 anos convivendo com HIV/AIDS, dados apresentados por Chico Vaz, coordenador do comitê. “É uma dor imensa ver jovens de 20 anos chegando aos hospitais em estado gravíssimo, e morrendo por uma doença que tem tratamento e pode ser evitada”, lamentou Chico, que também explicou que é justamente para enfrentar momentos de dor com dignidade, ousadia e arte que o movimento surge. “A gente trabalhou para que a AIDS não se tornasse um momento de luto, só, e se transformasse em momento de luta.
AUSÊNCIA DE VEREADORES É CRITICADA
O desprestígio dos vereadores e vereadoras da casa à causa da AIDS, materializada pela ausência da maioria dos parlamentares da casa na sessão, foi alvo de duras críticas por parte do movimento. “Eu queria essa casa aqui cheia de vereadores pra escutar o que a gente tem de propostas pra nossa luta. Me deixa triste saber que a nossa luta não é tão valorizada”, criticou Amélia Garcia, do Fórum Paraense de ONG/AIDS, Redes +, Hepatites Virais e Tuberculose. Estiveram presentes a vereadora Livia Duarte, do PSOL, e representantes dos mandatos da vereadora Enfermeira Nazaré Lima e da deputada federal Vivi Reis, ambas do PSOL.
Também se fizeram presentes representantes do poder público municipal, como Jane Gama, da Coordenadoria da Diversidade Sexual e Edgar Barra, referência técnica municipal no combate à DST/AIDS, que anunciou a reformulação da CASA DIA, aumento no número de médicos de dois para 10, nas próximas semanas, mas que “ainda é um número pequeno para atender 14 mil usuários, mas até dezembro deste ano esta gestão se compromete a ter cinco unidades, realizando a descentralização do atendimento”, anunciou.
ENTIDADES PRESENTES
Também estiveram presentes Cristina Carvalho, ouvidora do Sistema de Segurança Pública do Pará, Rita Moraes, subgerente da Casa DIA, Douglas Borges, do Conselho Municipal de Saúde, Gleyson Oliveira, coordenador do Olivia, e representantes do Projeto Circular, do Paravida e do Triângulo Rosa.
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